![]() |
As pítons são negociadas principalmente para atender às demandas da indústria da moda Foto: Daniel Natusch/IUCN |
O estudo avaliou a criação de pítons em fazendas, visando o abastecimento internacional da indústria de couro que se apoia no uso de couro de cobras.
O objetivo desta empreitada não poderia ser outro: diminuir o tráfico de pítons, especialmente da Ásia, e adotar práticas sustentáveis. De acordo com o relatório, a criação em cativeiro poderia ajudar a reduzir a pressão sobre as populações selvagens.
A prática, no entanto, deve ser vista apenas como parte de uma abordagem para a conservação da espécie. Além disso, conforme o estudo, outras pesquisas sobre a criação de pítons são necessárias para determinar os impactos nos meios de subsistência.
"A reprodução em cativeiro é apenas parte de uma possível solução para um comércio de pele de píton sustentável. Não devemos perder de vista os objetivos gerais de conservação para encorajar a conservação de cobras selvagens e dos seus habitats", disse Daniel Natusch, um dos autores do relatório e membro da IUCN.
As principais recomendações do relatório incluem a criação de sistemas para garantir que a criação de pítons seja bem documentada e que o comércio seja legal, sem incentivar o tráfico na natureza "sob a aparência de animais de criação".
O estudo também destaca a necessidade urgente de se desenvolver técnicas para diferenciar as peles de animais criados em cativeiro dos selvagens capturados. Já há iniciativas deste tipo no Vietnã.
AMEAÇAS
A píton, conhecida por ter mais de oito metros, é negociada principalmente para atender as demandas da indústria da moda, que utiliza a pele do réptil para fazer produtos de luxo. Itália, Alemanha e França são os maiores importadores.
A pele da serpente gigante também é usada para instrumentos musicais tradicionais chineses. Indonésia, Malásia e Vietnã são as principais fontes de peles selvagens de píton. Em contrapartida, as maiores criações estão na China, Tailândia e Vietnã.
A Píton Reticulada (Python reticulatus) e a Píton Birmanesa (Python molurus bivittatus) - que são duas das maiores serpentes do mundo - estão sendo retiradas da natureza há quase oito décadas.
Nos últimos 20 anos, a escala do comércio de peles destas espécies tem aumentado significativamente, com cerca de 500 mil exportadas de países do sudeste asiático por ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário